O Milagre
- IFSJ
- 16 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de mai.


"Deixemos a palavra à pessoa que foi milagrosamente curada Maria Grazia Veltraino."
Depois de 15 anos de enfermidade, na noite de 11 para 12 de fevereiro de 2008, já de manhã, vi, entre o sonho e a vigília, a figura de Dom Luigi Caburlotto, fundador das Filhas de São José, um pouco borrada, mas reconhecível, envolta em nuvens brancas. Parecia-me estar no pátio do meu prédio. Eu queria olhar mais claramente conforme me aproximava, mas estava parado e não conseguia andar. Naquele momento ouvi uma voz me dizendo: "Caminhe!"

Aquela voz me acordou, assustada, mas sentindo o instinto de sair da cama. Fiz isso imediatamente e consegui ficar de pé sem apoio e sem dor. Fiquei surpresa e me perguntei o que estava acontecendo comigo. Tentei andar pela casa e consegui. Gostaria de ressaltar que conheço "Caburlotto" desde 1954, ou seja, desde que conheço as Filhas de São José. Eu não rezei a ele por minha cura, mas sei que outras pessoas rezaram a ele, especialmente freiras.
Depois voltei para a cama esperando a cuidadora – Valentina – que geralmente chegava entre 8h e 8h30. Eu mesma me levantei para abrir a porta para ela, mas sem o esforço habitual e sem precisar me apoiar. Valentina ficou surpresa e imediatamente me perguntou o que estava acontecendo comigo. Não contei nada a ela, com medo de estar errada ou de que a melhora fosse temporária.

Em vez disso, pedi que ela saísse comigo, mas sem a cadeira de rodas que eu nunca tinha deixado nos últimos seis anos e sete meses. Na verdade, saí com a Valentina por uma hora inteira sem ajuda de bengala ou cadeira de rodas, sem nem me apoiar nela. Demos uma volta pelo prédio onde moro e pela vizinhança. Na rua, é claro, conheci muitas pessoas que conheço e todas me pararam para perguntar quem tinha feito aquele milagre comigo. Fiquei muito animada, mas não ousei contar a ninguém o que estava acontecendo comigo, sempre com medo de uma ilusão.
Confidenciei isso apenas a uma amiga, Giovanna Lauri, também boa conhecida e amiga das Filhas de São José. No dia seguinte, eu queria comprar um par de chinelos porque não conseguia encontrar mais em casa e precisava deles se realmente quisesse continuar andando. Na loja onde fui com a Valentina, devido a um elevador quebrado, tive que descer 22 degraus para chegar ao térreo. Eu mesma fiquei surpresa por conseguir descê-los sem esforço algum. Ao retornar, convencida de que algo realmente extraordinário estava acontecendo comigo, liguei para as Irmãs do Instituto São José (IV Miglio).
A Irmã Teresa Vazzoler, que conheço há muitos anos e que conhecia bem minha história e minhas condições de saúde, me respondeu. Eu disse a ela que andava sem cadeira de rodas. “Não é possível!” ela gritou, e chamou imediatamente a superiora, Irmã Ancilla Stefani, que também ficou surpresa. Não sei se acreditaram em mim. Tanto que no dia seguinte eles vieram à minha casa e me convidaram para almoçar na casa deles — algo que acontecia periodicamente, mas tive a impressão de que dessa vez eles queriam ver minha história pessoalmente.
Toda a comunidade queria ouvir em detalhes o que tinha acontecido comigo e me comemoraram muito. Eu ainda estava vivendo essa situação em descrença, como se ela não estivesse acontecendo comigo. Deixei passar uma semana para me convencer de que estava realmente me sentindo melhor. Depois fui à minha médica, Dra. Stefania Giannelli.
Quando ela me viu ficou emocionada e me abraçou dizendo: “Isso é um milagre para quem crê, para a ciência é algo inexplicável” e então acrescentou: “Por enquanto vamos aproveitar esse período de graça, em alguns meses voltaremos a falar sobre isso!”. Ela sugeriu que eu não usasse mais a cadeira de rodas, a bengala e nem os remédios que eu não tomava há muito tempo.

De qualquer forma, ela marcou uma consulta para eu vê-la depois de cerca de um mês. Nos dias seguintes, minha situação melhorou gradualmente. Quando retornei à médica, ela mesma notou que minha melhora continuava. Foi então que lhe expressei meu desejo-promessa: se depois de três meses eu continuasse caminhando, iria venerar Caburlotto em seu túmulo em Veneza. A médica concordou, embora tenha me dito que eu faria minha peregrinação como terapia, acompanhada de alguém. Hoje, 31 de maio de 2008, aproximadamente 110 dias depois daquele 11 de fevereiro, encontro-me em Veneza cumprindo minha promessa.
Fiz a viagem de Roma a Veneza sem sentir nenhuma dificuldade física, viajei com uma freira e até consegui andar em pontes sem problemas. Com grande emoção, depois de 15 anos sem poder viajar (9 dos quais fiquei impossibilitada de caminhar livremente), revisitei a Casa Mãe das Filhas de São José e pude rezar no túmulo do Venerável Luigi Caburlotto.

Estou convencida de que se o Fundador obteve para mim uma graça tão especial, é porque a religiosa que me seguiu como uma mãe – Madre Girolama Paladina – amava muito o seu Instituto e me apresentou a muitas religiosas e comunidades. Então o presente que me foi dado é um presente para o Instituto que me conhece bem, para que todas as freiras possam aproveitá-lo.
Maria Grazia Veltraino
Oração - Beato Pe. Luís Caburlotto
Pai de misericórdia que para salvar
o homem mandaste ao mundo
o Cristo teu filho,força dos fracos
e consolação dos aflitos, nós te
suplicamos concede-nos o
milagre que te pedimos com fé
(uma pausa para o pedido)
pela intercessão do
Beato Pe. Luís Caburlotto,
que por seu amor se fez pai
dos órfãos e conforto dos
sofredores, por Jesus Cristo,
teu Filho e nosso Senhor.
Amém.
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