Seja louvado Jesus e Maria.
No próximo ano, durante o Ano Santo da Igreja, celebraremos, em comunhão com o governo geral e todas as áreas geográficas, o nosso Jubileu de 175 anos de fundação e 10 anos da beatificação do Beato Padre Luís Caburlotto. No dia, 24 de setembro, nossa Provincial, Madre Simone, fez a abertura oficial convidando todos os educadores das nossas escolas, obras Sociais, amigos do Caburlotto e Voluntários, a vivenciarem conosco esse Jubileu.
Queridas Irmãs e queridos Educadores, Amigos e Voluntários,
o dia 24 de setembro pode parecer um dia comum, sem nenhuma data comemorativa para nós, mas para nós Filhas de São José ele tem um significado especial, pois, foi em 24 de setembro de 1842 que o nosso amado Beato Padre Luís Caburlotto recebeu o Sacramento da Ordem pelas mãos do Patriarca de Veneza o Cardeal Jacopo Monico na esplêndida Basílica de São Marcos em Veneza – It.
Todos nós sabemos, pela história do Padre Luís, o quanto ele amou a sua Igreja de Veneza e o quanto lhe foi fiel, mesmo passando por tantas tribulações físicas, espirituais e temporais. O Padre não se desanimou e serviu com obediência filial, pois tinha certeza de estar realizando a Vontade de Deus que o chamara para uma missão tão nobre: a salvação das almas.
Portanto, escolhemos este dia aqui na Província, para declararmos oficialmente aberto para nós o Ano Jubilar, no qual vamos celebrar, junto com o Ano Santo da Igreja, que o Papa vai abrir oficialmente em dezembro p.f, os 175 anos de Fundação da nossa Família Religiosa (30/04/1850) e os 10 anos da beatificação do nosso querido fundador o Beato Padre Luís Caburlotto (16/05/2015).
Quanto evento de graça que queremos desde já nos preparar bem para celebrar tudo com a alegria que brota da Esperança em Jesus Caminho, Verdade e Vida, centro e razão do nosso ser e do nosso agir no mundo através da nossa missão carismática de Amar, Educar e Salvar.
Em comunhão com o tema do governo geral, assumiremos desde já o seguinte tema do ano pastoral 2024-2025: Caminhar com esperança na verdade (Jo 14,6), no diálogo, na confiança para construir a paz. Este tema será para nós Irmãs uma luz para orientar nossa vida cotidiana nos aspectos espirituais, fraternos e apostólicos e nos dará motivação e coragem para apoiar o tema educativo a ser trabalhado com os educadores, amigos, voluntários, educandos e suas famílias: Ser peregrinos de esperança e espalhar a paz.
Assumiremos junto com o logo do Ano Santo também o seguinte logo preparado especialmente para o nosso Jubileu:
A âncora, como sabemos, na simbologia cristã, é símbolo de esperança, pois representa o único apoio do navio durante as tempestades. Também é símbolo de constância e fidelidade. No início do cristianismo, a âncora, acrescida de uma trave, foi utilizada como símbolo secreto da cruz.
Cristo é nossa Esperança, é o único apoio no qual queremos colocar nossa vida e nossas atividades, sobretudo nos momentos de dificuldades e desânimo, inevitáveis na caminhada nesta terra.
A forma humana estilizada, na cor verde, também sinal de esperança, nos apresenta um ser em caminho, em movimentos leves e flexíveis, mas com passos largos e determinados, bem apoiados na âncora.
O verbo Caminhar nos lembra que nosso cotidiano, nossa a vida é um dirigir-se à de um ponto a outro, portanto, uma busca contínua, um já e um ainda não. Queremos assim abrir o coração a esta novidade, para não desanimar, para não ceder à tentação do cansaço, para cultivarmos a esperança de que cada passo dado é uma etapa vencida e um futuro que vai sendo construído com perseverança, alegria, motivação. 2
Agora coloquemos nossa atenção no logo sobre as ondas do mar. São ondas que se abrem como asas, símbolo da paz. Estão nos mostrando que mesmo em meio às agitações da vida podemos construir a paz, pois como dizem “a paz não é ausência de conflitos, mas presença de justiça, igualdade, solidariedade”. Para nós a paz será construída à medida em que caminharmos com esperança, na verdade, no diálogo e na confiança.
Como?
✓ Nutrindo diálogos baseados na esperança, sem se deixar levar por angústias, ansiedades, tensões por resultados.
✓ Sendo verdadeiros nas palavras e nos atos, usando não a verdade que eu penso, mas a verdade de Jesus Cristo, buscada e encontrada como discernimento, sabendo desistir e parar de lutar para defender o que pensamos, abrindo-nos para o outro com respeito e acolhimento de suas idades e contribuições.
✓ Sendo credíveis e pessoas que confiam também na capacidade dos outros e em suas retas intenções.
Iniciemos este Ano jubilar refletindo sobre: como deixarmo-nos educar para a esperança; como construir a paz dentro de nós, para ajudar aqueles que vivem conosco a experimentar esta paz?
Diante de tantas situações que ocorrem, uma das perguntas que pode nascer em nosso coração é esta: “O que será de nós? Qual é o destino do mundo?”
A esperança é a resposta para nós cristãos, pois ela «é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1817).
O desespero do ser humano nasce do pensar negativo, do não ver um sentido para o caminho da vida, de pensar que não há nada no princípio e no fim.
Papa Francisco nos diz, em uma sua audiência, que «se faltar a esperança, todas as outras virtudes correm o risco de se desmoronar e de acabar em cinzas. Se não existisse um amanhã fiável, um horizonte resplandecente, não restaria que concluir que a virtude é um esforço inútil».
A esperança é uma virtude teologal: não deriva de nós, não é uma obstinação de que queremos nos convencer, mas sim um dom que vem diretamente de Deus, portanto para conseguir este dom, é essencial manter um equilíbrio entre nossa vida espiritual, social e de trabalho. Equilíbrio este que não é apenas uma questão da organização de um tempo para rezar, outro para trabalhar e outro para estar com as pessoas, mas é acima de tudo um exercício de integração, de harmonia e personificação de um estilo de vida.
É um rezar que vai nos levar a dizer como São Paulo: Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.
Muitas vezes estamos demasiado preocupados com o trabalho, com as muitas coisas a fazer, mas preocupação excessiva não nos ajuda a transmitir a experiência que fazemos com Jesus quando rezamos.
Estar com Jesus em primeiro lugar, para aprender dele é o que nos levará a caminhar na verdade, no diálogo e na confiança. É o que nos ajudará a construir a paz em nosso modo de nos relacionar, de acolher uma novidade, de nos abrirmos a novas experiências. Não devemos ter medo de mudar a maneira de como fazemos as coisas o é importante é que os valores sejam respeitados, vividos e transmitidos. Vivei em fraterna comunhão e transmiti isto às futuras gerações, vai nos dizer nosso Beato Padre Padre Luís Caburlotto.
Somos filhas de um Padre que foi definido, por um teólogo, como homo concors (homem da concórdia, de diálogo), esforcemo-nos por ser suas verdadeiras filhas e filhos: não é uma questão de carácter, mas de vontade. É um exercício a ser retomado a cada dia!
O Senhor pede-nos que sejamos peregrinos de esperança para espalhar a paz. Para isso precisamos antes de tudo ser pessoas de paz, que sabem entrar em relação positiva primeiro consigo mesmas e depois com os outros. 3
Busquemos o positivo, o belo, o bom, pois o negativo já é visto por todos. Saibamos reconhecer os dons e aceitemos os limites com paciência – a mais invencível.
Construamos a paz reconciliando-nos conosco mesmos, o que não significa procurarmos justificativas, mas encontrarmos o equilíbrio que ajuda a recomeçar com paz, a viver o perdão, a ouvir. Saibamos parar para dizer: desculpe, obrigado, por favor. Respeitemo-nos uns aos outros, sem ironizar a delicadeza alheia, e não esperemos que os outros façam o mesmo por nós. Gratuitamente recebemos, gratuitamente devemos dar.
Concluo com as palavras do Papa Francisco:
O mundo precisa da esperança, assim como tem tanta necessidade da paciência, uma virtude que caminha de mãos dadas com a esperança. Os homens pacientes são tecelões de bem. Desejam obstinadamente a paz, e embora alguns tenham pressa e queiram tudo e já, a paciência tem a capacidade da espera. Até quando muitos à sua volta cederam à desilusão, quem é animado pela esperança e é paciente, torna-se capaz de atravessar as noites mais escuras. Esperança e paciência caminham de mãos dadas!
A esperança é a virtude de quem é jovem de coração; e nisto, a idade não conta. Porque existem até velhos com os olhos cheios de luz, que vivem em tensão permanente para o futuro. (Audiência geral, 8 de maio de 2024)
ORIENTAÇÕES PARA NOSSAS ATIVIDADES:
➢ Desde já em nossas ações e programação tenhamos em mente estas motivações/reflexões sobre o nosso Ano Jubilar e utilizemos as novas intenções de oração nas Laudes cotidiana. (intenções em anexo).
➢ Nas ações comunitárias o tema de 2024: “Reconciliadas, caminhemos juntas para descobrir a tenda de Deus no coração das Irmãs, dos irmãos” pode ser ainda utilizado em algum momento, mas queremos já iniciar o uso do tema do ano jubilar: Caminhar com esperança na verdade, no diálogo, na confiança para construir a paz.
➢ Nas ações educativas das Escolas e Assistência Social podemos concluir com o tema de 2024: “Reconciliados, construamos a tenda da fraternidade”, mas já refletir, especialmente na celebração do dia do educador, o tema jubilar: Ser peregrinos de esperança e espalhar a paz.
➢ Como marco para as celebrações do Ano Jubilar teremos a Peregrinação ao Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no dia 26 de abril de 2025. Para este dia convidemos o maior número possível dos nossos leigos educadores, amigos e voluntários. Neste dia, além da celebração eucarística às 9h no Santuário, queremos fazer um encontro de confraternização e formação carismática.
➢ Procuremos envolver as famílias, as crianças, os adolescentes e os jovens de nossas atividades em nossas Obras mas também nas paróquias onde atuamos nas celebrações deste ano jubilar e se houver ocasião façamos encontros com eles a partir do tema.
Um ótimo Ano Jubilar a todas e todos! Que o Beato Padre Luís Caburlotto, com nossas Madres e Irmãs que nos precederam possam lá do céu interceder por nós as mais copiosas bençãos, para que este ano seja um ano de graça em primeiro lugar para nossa vida pessoal e depois para todos quantos nos encontrarmos no caminho da esperança, com verdade, diálogo, confiança e paz!
Madre Simone Pereira de Araújo Superiora Provincial
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